tag:blogger.com,1999:blog-19652485324336199562024-03-14T06:24:31.472-03:00Nostalgia Recíproca."(...) e a alegria, a única indizível emoção."Marília Lage.http://www.blogger.com/profile/08561824985164565327noreply@blogger.comBlogger64125tag:blogger.com,1999:blog-1965248532433619956.post-55522746341494107802013-08-16T11:39:00.000-03:002013-08-16T11:39:07.524-03:00Passado. "- Leia-me como um livro. - então foi o que fiz. Como uma leitora insaciável, o li da maneira mais completa e profunda, não deixava escapar cada detalhe, cada ato, cada indício. Fui uma leitora precoce, precoce em minhas fantasias e meus desejos, por mais inocentes que fossem, mas o êxtase ao lê-lo era maior que qualquer receio. Que interesse era esse, a ponto de ignorar todas as perdas que tal leitura poderia me resultar? Era mais plausível e mais fácil me convencer de que todo e qualquer livro - dele - me traria sim uma perda, a minha perda, me perder para, enfim, me encontrar; no caso, em suas páginas, por elas."Marília Lage.http://www.blogger.com/profile/08561824985164565327noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1965248532433619956.post-38989619563713485452013-07-25T22:10:00.002-03:002013-07-25T22:10:37.744-03:00I Never Came.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-mTNwvo6AE_8/UfHLjLBXJvI/AAAAAAAAAqE/a2ogf_mRRxw/s1600/large.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="234" src="http://3.bp.blogspot.com/-mTNwvo6AE_8/UfHLjLBXJvI/AAAAAAAAAqE/a2ogf_mRRxw/s320/large.png" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<div style="text-align: center;">
Words ain't free, like you and me, I don't mind.</div>
Marília Lage.http://www.blogger.com/profile/08561824985164565327noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1965248532433619956.post-92085844848395891212013-07-22T22:42:00.000-03:002013-07-22T22:42:04.996-03:00Don't understand the evil eye, or how one becomes two.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/6mY4WzYUsTM?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
low light, low music, cold, moon, wine or beer, laughing, dreaming: wit chu.</div>
<br />Marília Lage.http://www.blogger.com/profile/08561824985164565327noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1965248532433619956.post-38898942801523295922013-06-28T10:59:00.000-03:002013-06-28T10:59:20.757-03:00Cadê Você?Me dê noticia de você. Eu gosto um pouco de chorar, a gente quase não se vê, me deu vontade de lembrar. Me leve um pouco com você. Eu gosto de qualquer lugar, a gente pode se entender e não saber o que falar. Seria um acontecimento, mas lógico que você some. No dia em que o seu pensamento me chamou, eu chamo o seu apartamento. Não mora ninguém com esse nome. Que linda a cantiga do vento, já passou. A gente quase não se vê, eu só queria me lembrar. Me dê noticia de você, me deu vontade de voltar.<br />
<br />
Chico Buarque.Marília Lage.http://www.blogger.com/profile/08561824985164565327noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1965248532433619956.post-5135927254315809852012-09-09T21:27:00.002-03:002012-09-09T21:27:43.365-03:00Sem título.o dia começou frio,<br />
muitos papéis acumulados pelo trabalho.<br />
a água <i>en bouillant </i>no samovar,<br />
a porta em frente à varanda entreaberta<br />
e o som do bandolim lá fora<br />
pronto a vir visitar as entranhas das arestas das janelas,<br />
portas.<br />
ela sorriu e<br />
o dia começou certo.Marília Lage.http://www.blogger.com/profile/08561824985164565327noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1965248532433619956.post-28756997871523762592012-06-22T17:59:00.000-03:002012-06-22T17:59:27.463-03:00Invité par surprise.<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Vraiment, ce n'était pas prévu. On avait encore du travail à faire pour le lendemain. On était juste passé pour un renseignement, et puis voilà:<br /></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">- Tu dînes avec nous? Mais alors simplement, à la fortune du pot!<br /></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Les quelques secondes où l'on sent que la proposition va venir sont délicieuses. C'est l'idée de prolonger un bon moment, bien sûr, mais celle aussi de bousculer le temps; la journée avait déjà été si prévisible; la soirée s'annonçait si sûre et programmée. Et puis voilà, en deux secondes, c'est un grand coup de jeune: on peut changer le cours des choses au débotté. Bien sûr on va se laisser faire.<br />Dans ces cas-là, rien de gourmé: on ne va pas vous cantonner dans un fauteuil côté salon pour apéritif en règle. Non, la conversation va se mitonner dans la cuisine - tiens, si tu veux m'aider à éplucher les pommes de terre! Un épluche-légumes à la main, on se dit des choses plus profondes et naturelles. On croque un radis en passant. Invité par surprise, on est presque de la famille, presque de la maison. Les déplacements ne sont plus limités. On accède aux recoins, aux placards. Tu la mets où, ta moutarde? il y a des parfums d'échalote et de persil qui semblent venir d'autrefois, d'une convivialité lointaine - peut-être celle des soirs où l'on faisait des devoirs sur la table de la cuisine?<br />Les paroles s'espacent. Plus besoin de tous ces mots qui coulent sans arrêt. Le meilleur, à présent, ce sont ces plages douces, entre les mots. Aucune gêne. On feuillette un bouquin au hasard de la bibliothèque. Une voix dit "Je crois que tout est prêt" et on refusera l'apéritif - bien vrai. Avant de dîner, on s'assoira pour bavarder autour de la table mise, les pieds sur le barreau un peu haut de la chaise paillée. Invité par surprise on se sent bien, tout libre, tout léger. Le chat noir de la maison lové sur les genoux, on se sent adopté. <i>La vie ne bouge plus</i> - <i>elle s'est laissé</i> <i>inviter par surprise</i>.</span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Philippe Delerm. - <i>La Première Gorgée de Bière </i></span><i style="font-size: 13px; line-height: 19px;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">et autres plaisirs minuscules.</span></i><br />
<i style="font-size: 13px; line-height: 19px;"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br /></span></i><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><span style="line-height: 18px;"><i> ***</i></span></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif; font-size: x-small;"><span style="line-height: 18px;"><i><br /></i></span></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="line-height: 18px;">Para tirar o atraso de mais de um ano sem escrever aqui, venho junto à uma certa ousadia de postar um texto em Francês, do escritor Philippe Delerm, cujo admiro bastante. Para aqueles que não dominam a língua francesa, em breve irei fazer a tradução (outra ousadia, rs) e postarei. É realmente uma bela prosa, muito bem escrita. Delerm é um escritor francês, nascido nos anos 50, na Auvers-sur-Oise (Val-d'Oise), norte da França.</span></span>Marília Lage.http://www.blogger.com/profile/08561824985164565327noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1965248532433619956.post-7614248908651778032011-05-10T21:01:00.006-03:002011-05-24T18:41:50.019-03:00Primeira Turnê. - Parte 2.<span class="Apple-style-span" style="color: rgb(0, 0, 0); line-height: 19px; font-family:Verdana,sans-serif;font-size:100%;" ><div style="color: rgb(255, 102, 0);"><span style="color: rgb(0, 0, 0);">Personagens:</span> George Harrison, Paul McCartney, Richard Starkey Jr. (Ringo), John Lennon e Brian Epstein, Cynthia Powell. </div><div style="color: rgb(255, 102, 0);"><span style="color: rgb(0, 0, 0);">Local: </span>NY/Manhattan.</div><div style="color: rgb(255, 102, 0);"><span style="color: rgb(0, 0, 0);">Data:</span> 7/8 de fevereiro de 1964.</div><div style="color: rgb(255, 102, 0);"><span style="color: rgb(0, 0, 0);">Tema: </span>Turnê da ''recente'' banda, The Beatles, pelos EUA.</div><div style="color: rgb(255, 102, 0);">Classificação: Livre.</div><div><br /><br /></div><div>Depois que George desligou o telefone, comunicou aos outros que Brian iria chegar as 21:30. Eles resolveram já se arrumar e esperar o empresário fazendo algo de útil (ou não).</div><div><br /></div><div>Paul foi direto para o banho, George pegou seus instrumentos de barbear e foi se aprontar. Ringo foi escolher a roupa que usaria naquela noite. O beatle menor estava super empolgado. Por fim, todos se arrumaram.</div><div><br /></div><div>- Estamos prontos, e agora, o que vamos fazer? - dizia Paul, olhando-o pelo espelho da sala.</div><div>- Estão escutando alguns gritos? Acho que vêm da varanda! - diz Ringo, sentado em uma cadeira, arqueando uma de suas sobrancelhas com o olhar fixo na janela. </div><div>George, muito curioso, abriu as cortinas, a janela e foi olhar. Lá embaixo, na frente da portaria do hotel, havia quatro garotas. Estas gritavam mais alto ao ver o beatle George aparecer na varanda do quinto andar. </div><div>- George! George! Não acredito, meu Deus! - gritava uma das garotas, sacudindo seus braços e suas mãos, deixando cair algumas lágrimas em seu rosto.</div><div>- Yes, it's meeeeeeee! - respondia George, dizendo num tom alto, acenando para as garotas com a mão direita, mantendo um enorme sorriso no rosto. </div><div>Curiosos, os outros dois foram até a varanda. Ao ver as poucas garotas (certamente bem apanhadas) lá embaixo, Paul e Ringo não deixaram os comentários de lado.</div><div>- Somos três garotos de sorte, não?! - dizia Paul acenando para elas, arqueando suas sobrancelhas e sorrindo com certo sarcasmo. </div><div>- Vocês dois eu não sei, mas já eu e o meu charme inconfundível... - respondia Ringo, apoiando seus braços na varanda, em seguida arrumando seus cabelos sem tirar os olhos das quatro garotas, ainda estéricas. </div><div>- Inconfundível mesmo, Ringo! Realmente não dá para negar. - ao terminar de dizer, George apertara o nariz do menor com certa força e logo saía correndo do local com medo da reação do mesmo. Rindo, sentou-se em um dos sofás, pegou um cigarro que encontrava no seu bolso e acendeu, tragando-o. </div><div><br /></div><div>Paul, dentre os quatro beatles era o que mais gostava e aproveitava da beatlemanía. Ringo, o mais palhaço, sempre. George mantinha sua timidez em primeiro lugar, era o beatle mais calmo e perto de estranhos, o mais quieto. John, como era o mais velho, era dito como o mais responsável, mais sarcástico e rude em determinados momentos com o público. </div><div><br /></div><div>Brian chegou no hotel mais cedo, as 20:45, junto com John e Cynthia. Como os três já estavam prontos, decidiram sair e aproveitar o tempo que restava. </div><div>Saíram do hotel, desceram e entraram no carro. Foram em direção a Manhattan. A noite estava perfeita. O céu estrelado, lua cheia, o clima frio (+/- 15 graus C). Na rua, um movimento parcialmente grande. Chegando em Manhattan, bairro nobre de Nova York, foram em direção ao Peppermint Lounge. Os Beatles já se identificaram com o local. O mesmo era bastante agradável, assim como todas as casas noturnas de Manhattan. O Jazz, o Blues e o Twist se expandiam e animavam as pessoas. Brian escolheu uma das mesas para seis pessoas e alí eles ficaram. </div><div><br /></div><div>- Vão tomar alguma coisa? - perguntava o garçom, distribuindo o cardápio para os seis. </div><div>- Dose de whisky para todos, por favor. - respondeu Brain sem que os outros pudessem retrucar. </div><div>- Ótimo! Adorei este lugar! - dizia Ringo, olhando ao redor, batucando seus dedos sobre a mesa ao som da música. </div><div>- Mas claro... É Chubby Checker, oras. - sorria George se acomodando mais na cadeira, fitando os instrumentos sobre o palco.</div><div><br /></div><div>Chubby Checker estava tocando no local. Algumas (muitas) garotas estavão dançando no palco junto aos instrumentistas. Ao ver Ringo se segurando para ir dançar, uma delas desceu e foi até a mesa, convidando o menor para se ''requebrar'' à companhia delas.</div><div><br /></div><div>- Duvido que irá ficar aí, apenas batucando os dedos sobre a mesa, vendo todos nós se divertir alí no palco. Vamos logo dançar, hm? - dizia a garota, olhando fixamente para o Ringo, já pegando na mão dele e puxando seu braço de leve. </div><div>- Não sou bobo de recusar! - sorria Ringo para a menor, entrelaçando seus dedos aos dela, seguindo-a. </div><div><br /></div><div>Naquele momento estava tocando ''Let's Twist Again'', um dos maiores sucessos de Chubby Checker no ano de 1961. </div><div>Ringo, já no palco dançando, empolgava cada vez mais com o som da música. As garotas já tinham coreografia pronta. Se rodeavam em torno do beatle menor com o intuito de ensiná-lo. Requebravam, rebolaram, deslizavam os pés sobre o chão com a maior leveza. O sorriso no rosto de cada uma daquelas pessoas dava para perceber nitidamente o quão estavam se divertindo.</div><div><br /></div><div>John ficava apenas com Cynthia, dava uma grande atenção à esposa, já que no dia seguinte tinham presença marcada no programa do Ed. Sullivan e a sua lua de mel acabava por alí. Brian acabou encontrando com um grande amigo e ficou a conversar com ele. George e Paul se juntaram com outras garotas e ficaram alí conversando com elas.</div><div><br /></div><div>Assim foi, a noite inteira. Era a primeira grande turnê dos Beatles, primeira vez dos quatro rapazes juntos nos Estados Unidos. Foi uma noite e tanta, e eles não sabiam que ficaria gravada pela grande história deles. Não só aquela noite, mas sim todas aquelas que, a partir, passariam juntos.</div><div><br /><br /></div><div><div>To be continued... [2]</div></div></span>Marília Lage.http://www.blogger.com/profile/08561824985164565327noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1965248532433619956.post-51143809342023974222011-05-10T20:50:00.006-03:002011-05-24T18:34:15.021-03:00Primeira Turnê. - Parte 1.<div class="post-header"> </div> <span style="color: rgb(255, 102, 0);font-size:100%;" ><span style="font-family:verdana;"><span style="color: rgb(0, 0, 0);">Personagens: </span>George Harrison, Paul McCartney, Richard Starkey Jr. (Ringo), John Lennon e Brian Epstein</span></span><span style="color: rgb(255, 102, 0);font-size:100%;" ><span style="font-family:verdana;">.</span></span><span style="font-size:100%;"><br /><span style="color: rgb(255, 102, 0);font-family:verdana;" ><span style="color: rgb(0, 0, 0);">Local: </span>Hotel em NY.</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 0);font-family:verdana;" ><span style="color: rgb(0, 0, 0);">Data:</span> 7 de fevereiro de 1964.</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 0);font-family:verdana;" ><span style="color: rgb(0, 0, 0);">Tema:</span> Turnê da ''recente'' banda, The Beatles, pelos EUA.</span><br /><span style="color: rgb(255, 102, 0);font-family:verdana;" ><span style="color: rgb(0, 0, 0);">Classificação:</span> Livre.</span><br /><br /><br /><span style="font-family:verdana;">Era um dia ensolarado em Nova York, fevereiro de 1962, quando os Beatles dividiam o quarto num hotel durante a primeira turnê nos EUA. George foi o primeiro a acordar. Ao ver os companheiros dormindo, se levantou, tomou um banho gelado e, ao terminar, pegou o violão ao lado da cama onde estava Ringo e começou a tocá-lo de maneira rápida, de modo que acordasse os outros. Ao ver a expressão de John Lennon ao ser acordado pelos seus solos propositáis, George não resiste e solta uma gargalhada alta.</span><br /><br /><span style="font-family:verdana;">- Ora, acordem! Já são 09:45. Como hoje não tem nenhum show marcado, temos todo o dia livre para aproveitar a cidade, as praias, as garotas... - diz George, sentado em uma poltrona, deixando o violão em seu colo. </span><br /><span style="font-family:verdana;">- A cama também!!! - se irrita Ringo, logo escondendo seu rosto no travesseiro.</span><br /><span style="font-family:verdana;">- Ok, ok, George. Você tem razão. Temos que aproveitar o café da manhã também, estou com fome! - diz Paul, logo se levantando e indo em direção ao banheiro. </span><br /><span style="font-family:verdana;">- Droga! Tenho que encontrar com Cynthia no aeroporto, mas a preguiça está maior. - ao terminar de reclamar, Lennon se levanta e senta na cama, abrindo a cortina e admirando a vista que os quatro garotos tinham da cidade. </span><br /><span style="font-family:verdana;">- Tsc, tsc. Mal se casou e já tem preguiça da esposa! - responde George, ainda sentado na poltrona, afinando a Rickenbacker. </span><br /><span style="font-family:verdana;">- Longe de mim! A preguiça não é da Cynthia e sim de me locomover até aquele fim de mundo! - John se levantou da cama e pegou o telefone na mesa ao lado, fazendo o pedido do café da manhã.</span><br /><span style="font-family:verdana;">- Também sinto fome, Paul! - grita Ringo, se levantando rápido. O mesmo pegava o cobertor na cama, se enrolava e saía correndo em direção ao banheiro.</span><br /><span style="font-family:verdana;">- Estranho... - sorria George ao ver as ações do beatle menor, aquele o impressionava cada vez mais, e o fazia rir também.</span><br /><span style="font-family:verdana;"><br /></span><span style="font-family:verdana;">Os três foram se arrumar. Ao terminar de tomar o café, Lennon foi de encontro a sua esposa. Paul, George e Ringo resolveram passar o dia no hotel, aproveitar o lazer que ofereciam-lhes, para mais tarde ir com Brian à uma casa noturna chamava Peppermint Lounge, em Manhattan. Depois do café da manhã, os três colocaram os trages de banho e desceram para a piscina do hotel. Como já era de se esperar, os hóspedes reconheceram-os e aproximaram pedindo autógrafos e poses para fotos. Como o hotel era de classe alta, não houve nenhum tumulto, apenas algumas pessoas indo em direção dos mesmos para autógrafos, o que os deixou bem calmos. A única expressão que o pequeno Ringo pôde colocar em seu rosto foi um grande sorriso ao ver que estava em plena mordomia, sem compromissos, talvez, sem cobranças e sem hora para acabar. Deitou-se em uma poltrona em frente à piscina, tirou o maço de Marlboro Red junto ao isqueiro do bolso da sua camisa e colocou um dos cigarros em sua boca, acendendo-o. Naquela tarde, o clima estava consideravelmente perfeito. O sol raiava com intensidade, a água da piscina e da cachoeira estava cristalina, as pessoas alegres, as crianças brincando. Na sala de jogos, o jazz predominava o local. Havia poucos rapazes jogando sinuca com copo de whisky na mão. Paul e George queriam aproveitar o dia inteiro na piscina e na cachoeira. Percebia-se nitidamente que os três se divertiam bastante, sem sentir falta do John, que passava o dia com sua recém-esposa Cynthia.</span><br /><span style="font-family:verdana;"><br /></span><span style="font-family:verdana;">As 18:00, término da tarde, os garotos de liverpool resolveram subir para o apartamento depois de terem passado todo o dia inteiro na área de lazer. Ao subir, George abriu a porta e logo escutou o telefone tocar, era Brian.</span><br /><span style="font-family:verdana;"><br /></span><span style="font-family:verdana;">- Alô?! - diz o beatle mais novo, colocando as chaves e as toalhas sobre a mesa, com o telefone já na mão.</span><br /><span style="font-family:verdana;">- George! Aqui é Brian. Tentei ligar para vocês a tarde inteira, onde estavam? - responde o empresário deitado na cama de um hotel no mesmo bairro em Nova York.</span><br /><span style="font-family:verdana;">- Estávamos lá embaixo. Aconteceu alguma coisa?</span><br /><span style="font-family:verdana;">- Não aconteceu nada, quero apenas te lembrar que daqui a algumas poucas horas estou indo pr'a aí, vamos ao Peppermint mais tarde.</span><br /><span style="font-family:verdana;">- Oh, é mesmo! Não me esqueci. Estaremos te esperando as 22:00 em ponto.</span><br /><span style="font-family:verdana;">- 21:30, por favor.</span><br /><span style="font-family:verdana;">- Ok! Como quiser! Até mais, Brian!</span><br /><span style="font-family:verdana;">- Até, George!</span><br /><br /><br /><span style="font-family:verdana;">To be continued...</span><br /><span style="font-family:verdana;"><br /></span><br /><i><span style="font-family:verdana;"><span style="color: rgb(255, 102, 0);"><span style="color: rgb(0, 0, 0);">Obs.: </span>Todos os textos desta fanfic é de minha autoria. Baseados em fatos reais.</span><br /></span></i></span>Marília Lage.http://www.blogger.com/profile/08561824985164565327noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1965248532433619956.post-81482893419093810132011-05-10T20:45:00.003-03:002011-05-24T18:25:15.661-03:00A volta da fan fiction.Há muitas coisas que começo a fazer aqui no blog e não termino. Uma delas é a Fanfic dos Beatles que parei de escrever à dois anos devido à falta de tempo. Retomarei a escrevê-la, postar novamente os dois primeiros capítulos escritos e, ao longo do tempo, escrever mais e mais.<br /><br />Deliciem-se, Beatlemaníacos.Marília Lage.http://www.blogger.com/profile/08561824985164565327noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1965248532433619956.post-73605870592673586852011-04-22T11:05:00.003-03:002011-04-22T12:28:23.137-03:00Refúgio.Era outono de 73. Molly saia de seu prédio e, ao colocar o rosto pra fora do portão, o vento batia com força em seu rosto, emaranhando por entre seus cabelos. Suas mãos vestidas com um par de luvas, automaticamente se entregaram aos bolsos do sobretudo bêge que vestia. Eram 6:45 da manhã, Paris acordava com os comerciantes abrindo suas lojas numa manhã de sábado tranquila, os pássaros a cantar, as folhas das árvores a cair, enfeitando assim ruas e alamedas onde poucos carros passavam, quase nenhum ônibus. Molly saiu do prédio e foi até a garagem onde encontrava sua bicicleta. Andar pela cidade sem a mesma, para Molly, era preferível ficar em casa fazendo o que der em sua cabeça. Saiu da garagem com seu meio de transporte preferido e logo montou na bicicleta, colocando em seu cesto frontal as chaves de casa e uma pequena bolsa, mais parecida com uma carteira. Colocou seus fones de ouvido e saiu pedalando ao lado do passeio das ruas ao som dos seus tão amados Beatles. O objetivo de ter acordado tão cedo era simplesmente a fim de aproveitar tal manhã tão bonita, o sol esbranquiçado, o céu bem azul, porém o vento forte, temperatura baixa, folhas e mais folhas são vento. Molly adorava o frio, seja outono ou inverno, acompanhado com aquele solzinho ou aquela chuvinha, melhor ainda! Pedalou até encontrar um café de esquina, o tão famoso <span style="font-style: italic;">Café de </span><span id="result_box" class="short_text" lang="fr"><span title="Clique para mostrar traduções alternativas" class="hps"><span style="font-style: italic;">Boulangerie</span> tinha aberto a poucos minutos e possuia algumas pessoas. Molly se sentou, pediu um <span style="font-style: italic;">croque monsieur</span> com um café expresso e pegou o jornal do dia, <span style="font-style: italic;">Le Monde,</span> que ficava sobre a mesa para a próxima pessoa que se sentar ali ficar a parte das notícias mais importantes do dia em todo o mundo. Molly leu, se deliciou com seu café da manhã, comprou uma maçã verde e saiu. Pegou sua bicicleta e foi em direção à Torre Eiffel. Ao chegar naquela enorme praça, estacionou sua bicicleta no lugar devido, pegou suas coisas e sentou em um dos bancos, fechando seus olhos e sentindo aquela brisa tocar sua pele. A manhã continuava ainda mais linda de quando saiu de casa. Olhando ao redor, deu-lhe de cara com garoto que chamou sua atenção, o qual estava sentado em um daqueles bancos. Pelo motivo de ter chamado sua atenção ela não sabia ao certo, aparentava ser um garoto como qualquer outro, estava com dois livros em mãos, um aberto ao meio, lendo compenetrado. Estava agasalhado, vestindo uma boina e um par de luvas, o olhar parecia estar longe, porém ao mesmo tempo bem perto, cujo o mesmo não sabia explicar. </span></span>Desmond era um cara que adorava literatura, música e arte. Morava ali perto e sempre que podia rodiava a cidade com sua leitura, adorava mesclar o cenário para suas imaginações, suas conclusões e análises literárias, porém algo naquela paisagem que ele escolhera lhe encomodava de um jeito bom e não o fazia se afastar. Algo que ele reconheceria em poucos segundos, ou até mesmo em poucos versos.<br /><br />[...]<br />continua.Marília Lage.http://www.blogger.com/profile/08561824985164565327noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1965248532433619956.post-66937358818845353942011-04-20T16:26:00.001-03:002011-04-20T16:28:06.977-03:00Nervos a flor da pele, arrepios, taquicardia.<br />O tempo passou. Para ela, além de um primeiro beijo.Marília Lage.http://www.blogger.com/profile/08561824985164565327noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1965248532433619956.post-74674191646057692242011-04-18T21:29:00.002-03:002011-04-18T21:38:27.411-03:00Ultimamente as coisas vem sido tão difíceis! Lembro-me que quando eu comecei a escrever aqui, o meu primeiro post tinha eu dizendo que iria sempre vir desabafar meus problemas, angustias... Cá estou. Acho que nunca escrevi algo tão direcionado a mim dessa forma, talvez por medo de não lerem ou surgirem críticas, pois hoje estou fechada à elas.<br />Às vezes penso se o problema é comigo mesmo. Depois do fim de um relacionamento a fim de cessar os problemas, os mesmos duplicam. Já tentei conversar, resolver, acalmar, mas no fim é sempre a mesma coisa. Dói chegar perto, dói se afastar. O que fazer? Neste caso, não existe o meio termo, apenas os longos e dolorosos extremos. Talvez, o pior disso tudo, seria a proporção que cada extremo me é levado junto a seu âmbito.<br /><br />Perdão. Essa palavra já não me convence mais.<br />Amor. Essa também não.Marília Lage.http://www.blogger.com/profile/08561824985164565327noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1965248532433619956.post-38958042984341914542011-04-15T17:20:00.003-03:002011-04-15T17:24:32.770-03:00(Sem título)E agora o pseudo-poeta veio aclamar em seu coração.<br />Tarde demais ou não, ele veio.<br />Espaço vital.<br />Em suas palavras, espaços preenchidos.<br />Em seus versos, métricas medidas.<br />Estrofes maiores, menores.<br />Simbolismos, arcadismos.<br />Naturalismos, romantismos.<br /><br />Era o fim contemporâneo, mas ele chegou.<br /><br />Lembrança, desejo. Máquina do tempo.Marília Lage.http://www.blogger.com/profile/08561824985164565327noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1965248532433619956.post-81759624802056938012011-03-23T14:01:00.002-03:002011-03-23T14:05:19.995-03:00O Amor Acaba.<p style="font-family: verdana;" align="justify"><span style="font-size:100%;"><span style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style="color: rgb(51, 51, 255);font-size:180%;" >O</span><span style=""><span style="font-size:130%;"><span style="font-size:180%;"> </span> </span>amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do relógio; e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres; mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmã dentro de casa o amor pode acabar; na epifania da pretensão ridícula dos bigodes; nas ligas, nas cintas, nos brincos e nas silabadas femininas; quando a alma se habitua às províncias empoeiradas da Ásia, onde o amor pode ser outra coisa, o amor pode acabar; na compulsão da simplicidade simplesmente; no sábado, depois de três goles mornos de gim à beira da piscina; no filho tantas vezes semeado, às vezes vingado por alguns dias, mas que não floresceu, abrindo parágrafos de ódio inexplicável entre o pólen e o gineceu de duas flores; em apartamentos refrigerados, atapetados, aturdidos de delicadezas, onde há mais encanto que desejo; e o amor acaba na poeira que vertem os crepúsculos, caindo imperceptível no beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue, suor e desespero; nos roteiros do tédio para o tédio, na barca, no trem, no ônibus, ida e volta de nada para nada; em cavernas de sala e quarto conjugados o amor se eriça e acaba; no inferno o amor não começa; na usura o amor se dissolve; em Brasília o amor pode virar pó; no Rio, frivolidade; em Belo Horizonte, remorso; em São Paulo, dinheiro; uma carta que chegou depois, o amor acaba; uma carta que chegou antes, e o amor acaba; na descontrolada fantasia da libido; às vezes acaba na mesma música que começou, com o mesmo drinque, diante dos mesmos cisnes; e muitas vezes acaba em ouro e diamante, dispersado entre astros; e acaba nas encruzilhadas de Paris, Londres, Nova York; no coração que se dilata e quebra, e o médico sentencia imprestável para o amor; e acaba no longo périplo, tocando em todos os portos, até se desfazer em mares gelados; e acaba depois que se viu a bruma que veste o mundo; na janela que se abre, na janela que se fecha; às vezes não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho de bolsa, que continua reverberando sem razão até que alguém, humilde, o carregue consigo; às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; mas pode acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na verdade; o álcool; de manhã, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; para recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba.<br /></span></span></span></p><p align="justify"><span style="font-family:garamond,arial;"><span style="color: rgb(0, 0, 0);"><span style=";font-family:arial;font-size:85%;" ><span style="font-family: verdana;font-size:100%;" >Paulo Mendes Campos.</span><br /></span></span></span></p>Marília Lage.http://www.blogger.com/profile/08561824985164565327noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1965248532433619956.post-20753110961096110782010-12-29T22:10:00.006-02:002010-12-30T22:31:39.367-02:00Thanks, Sir Paulie Macca.<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://1.bp.blogspot.com/_fQhOwL6MbGc/TRyZGcPR5iI/AAAAAAAAAk0/BcVplnVXpuE/s1600/Melhor%2Bdia%2Bda%2Bminha%2Bvida%2B-%2BPaul%2527s%2Bshow%2B077.JPG"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 300px;" src="http://1.bp.blogspot.com/_fQhOwL6MbGc/TRyZGcPR5iI/AAAAAAAAAk0/BcVplnVXpuE/s400/Melhor%2Bdia%2Bda%2Bminha%2Bvida%2B-%2BPaul%2527s%2Bshow%2B077.JPG" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5556484376206894626" /></a>Bom, para tirar a poeira disso aqui, nada melhor para mim do que falar sobre o que mais me marcou no ano de 2010. Show do Paul McCartney, melhor dia da minha vida, até então. O fato é que não ficará apenas na lembrança do ano que está se passando, e sim ao longo de toda uma vida, que eu espero durar! :D <p>Eu e meu pai acordamos na manhã do dia 22/11/2010 às 7:00 para estar no aeroporto às 9:00 e pegar o voo às 10:50. Chegando em Confins, o aeroporto estava completamente lotado de executivos, trabalhadores e, claro, lotado também de Beatlemaniacos, aparentemente. Me senti em casa e aí começou a cair em mim que eu iria ao encontro de um Beatle.</p><p>Entramos no avião, depois de 30 minutos de espera, chegamos em Congonhas e aí que meu coração disparava mesmo. Meu Deus, estava indo ver Paul McCartney! Certo. Fomos para o Ibis que se encontra logo em frente ao aeroporto e, ao pisar no hotel, um bando de pessoas vinham em nossa direção perguntando se queríamos alugar van para ir e voltar do show do Paul. Todos lindos com a camisa, faixa, rosto pintado, prontos para a maior experiência de cada um ali. Eu e meu pai não aceitamos, até porque a van iria sair de lá às 16:00 e os portões abririam às 17:30 e eu gostaria MUITO de chegar cedo por causa da fila. Ok, subimos correndo, arrumamos as coisas, trocamos de roupa, descemos para almoçar e pegamos o taxi para ir pro Morumbi. Coração a mil, claro, o motorista do taxi metendo o pau na galera que ia pro show, dizendo que é perda de dinheiro e de tempo, eu quase enforcando o cara e meu pai quase perdendo a cabeça também, porém chegamos ao nosso destino e ali estávamos, eu, meu pai e uma beatlemania que eu só assistia nos dvds, shows e documentários dos Beatles. Fomos correndo retirar os ingressos e o cara da bilheteria rindo de mim por já estar chorando. Ao pegar o ingresso com minhas próprias mãos, foi quase um desabafo mesmo, chorei, gritei, era a melhor sensação possível até então, (até então!). Fomos para a fila e encontramos/conhecemos um cara super gente boa que estava já junto à mim e meu pai, o Lucas. O foda é que ele se perdeu no meio do show e não tivemos notícias dele mais, mas isso depois eu conto. Eu, meu pai e o Lucas na fila, já com o coração na mão. Ficamos assim até umas 16:00, quando o céu desabou a chover em nossas cabeças. Tudo bem, tudo bem, estamos indo ver o Paul. A Mada, uma amiga minha que conheci pela internet, me encontrou lá e veio para a fila com a gente. Chovia muito, muito, muito e todos nós na fila com aquela capinha horrível de chuva, alguns morrendo de fome também. Ok, deu 17:30 e nada de portão abrir. 18:00, nada de entrar no Morumbi. 18:30, galera correndo desesperadamente para entrar. No meio disso tudo, conseguimos passar em torno de 200 pessoas na fila e chegamos, enfim, na roleta para entrar. UM PÔSTER GIGANTE DO PAUL LOGO DE ENTRADA e eu chorando ever junto com a Mada. Tiramos fotos, rimos, encontramos com uma galera legal e logo saimos correndo para a entrada do Morumbi. Ao me deparar com aquela coisa gigante que é o estádio e todas aquelas pessoas lindas, muitas ali por obrigação, outras por prazer e por realizar o maior sonho, como era o meu, me fez emocionar muito. Por fim ficamos no meio da pista, mais ou menos um pouquinho pra frente, eram em torno de 40 metros do palco. Esperamos ali dentro de 18:30 à 21:30 (tudo ótimo para nós que estavamos já dentro do estágio, nos lugares postos), quando começou a passar a abertura com vídeos lindos e coloridos, junto aos Twin Freaks que me emocionaram. Até então o Lucas, o garoto que estava conosco, tinha se perdido ao tentar ir ao banheiro. O Paul demorou para entrar no palco, mas e daí? ainda teremos três horas de show, três horas emocionantes, três horas que irão para nossa vida toda! Enfim, a espera tinha acabado e vimos que o sonho estava apenas começando. O palco todo azul e o Paul chegando ali com o Hofner levantado e todo mundo delirando. Magical Mystery Tour! Roooooll uuuuup! ♪ Ele, o Mestre nos convidando para uma viagem mágica e misteriosa. Poderia começar ainda melhor? Não mesmo. Gritamos, desmaiamos, choramos, foi a maior expeciência de todas as vidas ali presentes. Acho que só quem presenciou aquilo, apenas quem estava ali vivendo tudo aquilo, sabe bem a sensação e como é fazer parte da <strong>verdadeira</strong> beatlemanía, não é, Buzele? (: </p><p>Hoje agradeço muito ao meu beatlemaniaco preferido, meu pai, que me deu o melhor presente que já poderia ter pensado em me dar, e claro, ao Sir Paulie Macca. Tudo bem in the rain, certo? :D </p><p><br /></p><p align="center"><span style="color:#ff6600;">"And in the end, the love you take is equal to the love you make." </span><span style="color:#ff6666;">♪</span><br /></p><p align="left"><span style="font-size:85%;">Obs.: Foto de minha autoria.<span style="color:#ff6666;"> </span></span><span style="color:#ff6666;"><br /></span></p>Marília Lage.http://www.blogger.com/profile/08561824985164565327noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-1965248532433619956.post-39630179314148934012010-10-21T19:15:00.006-02:002014-01-29T15:46:05.561-02:00Um sonho, uma realidade.Depois de várias especulações de que o grande (e mais foda) músico Paul McCartney viria ao Brasil, a espera de mais de milhões de fãs acaba. Dias 7, 21 e 22 de novembro, para muitos, os dias mais importantes de suas vidas, e eu marcando minha presença. :D<br />
<div>
<br /></div>
<div>
<br /></div>
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dx_9opEcNGO-s7fedicIwV9uXnBitzu_RgzEBtrHUOmyrHK4zbORXGQtU_7bofL3rsk6ExrozXEFDvmMr_PKA' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe><br />
<div>
<span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 14px; line-height: 16px;"><br /></span></div>
<div>
<span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: 'Lucida Grande', sans-serif; line-height: 16px;"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"><br /></span></span></span></div>
<div>
<span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: 'Lucida Grande', sans-serif; line-height: 16px;"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">The wait is</span><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;"> </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: 'Lucida Grande', sans-serif; line-height: 16px;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">over</span></span><span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: 'Lucida Grande', sans-serif; line-height: 16px;"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">!</span><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"> </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: 'Lucida Grande', sans-serif; line-height: 16px;"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">McCartney, </span><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">thanks</span><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"> for making </span></span></span><span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: 'Lucida Grande', sans-serif; line-height: 16px;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">my </span><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;">dream come true. </span><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"><span class="Apple-style-span">♥</span></span></span></div>
<div>
<span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: 'Lucida Grande', sans-serif; line-height: 16px;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium;"><span class="Apple-style-span"><br /></span></span></span></div>
<div>
<span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium; line-height: 16px;"><br /></span></span></div>
<div>
<span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: 'Lucida Grande', sans-serif; font-size: 14px; line-height: 16px;"><span class="status-content" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; overflow-x: hidden; overflow-y: hidden; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><span class="entry-content" style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><br /></span></span></span></div>
Marília Lage.http://www.blogger.com/profile/08561824985164565327noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-1965248532433619956.post-50753408268093582832010-10-07T14:04:00.002-03:002010-10-07T14:20:55.675-03:00Boa tarde, cara pálida. <div>Confesso que tem dias que não venho aqui para escrever algo decente e relativamente ''legível''. Agora são 14:05, acabo de terminar de conversar com meu namorado por telefone e ao meu lado só encontro livros e mais livros para pegar e estudar, passar a tarde toda estudando - meu objetivo (não que eu vá mesmo correr atrás disso ou coisa parecida). Ultimamente não vem acontecendo nada de novo em minha vida ou em volta de mim, o que mais me chamou atenção hoje (até agora), foi quando, indo para o colégio, encontrei com uma das pessoas que mais admiro por aqui. Um velho de mais ou menos uns 70 anos, com aparência de 99, andando pela rua, bem devagar, saindo de uma padaria às 6:50 pela rua deserta vindo em minha direção com um sorriso bem aberto. E o sorriso era para mim! Pelo que sei dessa mera pessoa é que não é ninguém importante, o mesmo mora sozinho à muitos anos no bairro e que sempre encontro com ele pela rua, só que nunca com nenhum acompanhante, sempre andando bem devagarinho. Ele é baixo, sem cabelos, arrumadinho e sempre, sempre sorridente. Adoro ter que encontrar com ele na rua apenas para olhá-lo e dizer um simples ''bom dia'' logo ao receber aquele sorriso cativante. Você não sabe o quanto é bom sentir uma pessoa que você nem conhece ser assim com você sempre ao te ver, não só com você, mas com várias outras pela rua. Por que que o admiro tanto? Não sei dizer, só sei que aquele idoso, além de muito educado, tem um dos sorrisos mais lindos que já vi! Não daqueles com dentes brancos, limpos, lindos, lábios carnudos, nada disso!, só me impressiona o seu simples modo de viver e de sempre estar daquele jeito, aquele semblante de que já passou por muitas e boas na vida, porém nunca deixando tais problemas prevalecerem em seu cartão de visita. Pode ser besteira para você, para aquele ao seu lado, para o outro, mas não me importa. Isso mexe comigo e faz dele um exemplo para mim, um exemplo que deveria ser para todos, por todos. </div>Marília Lage.http://www.blogger.com/profile/08561824985164565327noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-1965248532433619956.post-5562590405533097062010-08-29T20:42:00.001-03:002010-08-29T20:49:57.920-03:00<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://2.bp.blogspot.com/_fQhOwL6MbGc/THrx2n4HbWI/AAAAAAAAAjY/QFqJBT4m_DE/s1600/1DELMONTEL.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 266px;" src="http://2.bp.blogspot.com/_fQhOwL6MbGc/THrx2n4HbWI/AAAAAAAAAjY/QFqJBT4m_DE/s320/1DELMONTEL.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5510983014760803682" /></a><br /><br />Où elle était, où vivre sa vie, ses passions, votre inspiration, votre avenir, votre destin.<br /><br />I <span class="Apple-style-span" style="color:#FF0000;">♥ </span>FR.Marília Lage.http://www.blogger.com/profile/08561824985164565327noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1965248532433619956.post-19075627973605713752010-08-29T20:16:00.000-03:002010-08-29T20:17:03.618-03:00"Je ne parlerai pas,<br />je ne penserai rien.<br />Mais un amour immense<br />entrera dans mon âme."<br /><br />Arthur Rimbaud.<br /> <br />(Trecho de "Sensation" , 1870)Marília Lage.http://www.blogger.com/profile/08561824985164565327noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1965248532433619956.post-74693674301387218972010-08-21T23:46:00.001-03:002010-08-21T23:49:30.910-03:0023 heures et 40 minutes. Je suis fatigué, sans inspiration et vous êtes maintenant dans le traducteur de Google.<br /><br />Bonne nuit et au revoir.Marília Lage.http://www.blogger.com/profile/08561824985164565327noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1965248532433619956.post-10731938731168169382010-08-02T19:37:00.000-03:002010-08-02T19:43:15.794-03:00As coisas.A bengala, as moedas, o chaveiro,<br />A dócil fechadura, as tardias<br />Notas que não lerão os poucos dias<br />Que me restam, os naipes e o tabuleiro.<br />Um livro e em suas páginas a seca<br />Violeta, monumento de uma tarde<br />Sem dúvida inesquecível e já esquecida,<br />O rubro espelho ocidental em que arde<br />Uma ilusória aurora. Quantas coisas,<br />Limas, umbrais, atlas, taças, cravos,<br />Nos servem como tácitos escravos,<br />Cegas e estranhamente sigilosas!<br />Durarão para além de nosso esquecimento;<br />Nunca saberão que nos fomos num momento.<br /><br />Jorge Luis Borges.Marília Lage.http://www.blogger.com/profile/08561824985164565327noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1965248532433619956.post-9851750636646453352010-06-16T16:31:00.003-03:002010-07-04T11:10:25.463-03:00Dom Casmurro - Machado de Assis.Do Título.<div><div><br /></div><div>Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho Novo, encontrei num trem da Central um rapaz aqui do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu. Cumprimentou-me, sentou-se ao pé de mim, falou da lua e dos ministros, e acabou recitando-me versos. </div><div><br /></div><div>A viagem era curta, e os versos pode ser que não fossem inteiramente maus. Sucedeu, porém, que, como eu estava cansado, fechei os olhos três ou quatro vezes; tanto bastou para que ele interrompesse a leitura e metesse os versos no bolso. </div><div><br /></div><div>- Continue, disse eu acordando.</div><div><br /></div><div>- Já acabei, murmurou ele. - São muito bonitos. </div><div><br /></div><div>Vi-lhe fazer um gesto para tirá-los outra vez do bolso, mas não passou do gesto; estava amuado. No dia seguinte entrou a dizer de mim nomes feios, e acabou alcunhando-me Dom Casmurro. Os vizinhos, que não gostam dos meus hábitos reclusos e calados, deram curso à alcunha, que afinal pegou. </div><div><br /></div><div>Nem por isso me zanguei. Contei a anedota aos amigos da cidade, e eles, por graça, chamam-me assim, alguns em bilhetes: "Dom Casmurro, domingo vou jantar com você." - "Vou para Petrópolis, Dom Casmurro; a casa é a mesma da Renania; vê se deixas essa caverna do Engenho Novo, e vai lá passar uns quinze dias comigo." - "Meu caro Dom Casmurro, não cuide que o dispenso do teatro amanhã; venha e dormirá aqui na cidade; dou-lhe camarote, dou-lhe chá, dou-lhe cama; só não lhe dou moça." Não consultes dicionários. </div><div><br /></div><div>Casmurro não está aqui no sentido que eles lhe dão, mas no que lhe pôs o vulgo de homem calado e metido consigo. Dom veio por ironia, para atribuir-me fumos de fidalgo. Tudo por estar cochilando! </div><div><br /></div><div>Também não achei melhor título para a minha narração - se não tiver outro daqui até ao fim do livro, vai este mesmo. O meu poeta do trem ficará sabendo que não lhe guardo rancor. E com pequeno esforço, sendo o título seu, poderá cuidar que a obra é sua. Há livros que apenas terão isso dos seus autores; alguns nem tanto. </div></div><div><br /></div><div><br /></div><div><i>Obs.: Não pretendo postar todos os capítulos do livro aqui, até porque não haveria paciência para isso, tanto da amadora, quando do leitor, apenas coloquei este por ser, para mim, um dos melhores ''primeiros capítulos'' já escritos na história da nossa literatura brasileira. Machado de Assis é de praxe. </i></div>Marília Lage.http://www.blogger.com/profile/08561824985164565327noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1965248532433619956.post-18843077287241062602010-05-19T17:53:00.004-03:002010-06-16T16:41:06.536-03:00Puisque Vous Partez En Voyage.<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='420' height='266' src='https://www.blogger.com/video.g?token=AD6v5dxQSkQhStDPBsnKNuAB-9kXaWYC7F2vC75TUdNpKotuf_Okfkb_Qhkf13pOvMqgTAk_dTa6-ii0uBvp5-Ss5Q' class='b-hbp-video b-uploaded' frameborder='0'></iframe> <div><br /></div><div>Françoise Hardy et Jacques Dutronc. </div>Marília Lage.http://www.blogger.com/profile/08561824985164565327noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1965248532433619956.post-5077617316034311102010-04-15T14:55:00.002-03:002010-04-15T14:58:49.890-03:00Os Noivos - Nelson Rodrigues. [3]<div style="text-align: center;"><b>Misericórdia.</b></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div>Foi uma conversa que se alongou por toda uma noite. No seu desespero inicial, ele berrava: "Cínica! Cínica!". E soluçava: "Nunca teve um beijo meu, que sou seu noivo, e vai ter o filho do outro!". O pai, porém, conseguiu, após poucos, aplacá-lo. Sustentou a tese de que todos nós, afinal de contas, somos falíveis e, particularmente, as mulheres: "Elas são de vidro", afirmava. Alta madrugada, o pobre-diabo pergunta: "E eu? Devo fazer o quê?". Justiça se lhe faça - o velho foi magnífico: "Perdoar. Perdoa, meu filho, perdoa!". Quis protestar: "Ela merece um tiro!". Mais que depressa, seu Notário atalha:</div><div>— Ela, não, nunca! Ele, sim! Ele merece!</div><div><br /></div><div>— Quem?</div><div><br /></div><div>Baixa a voz: "O pai da criança! Esse filho não caiu do céu, de pára-quedas! Há um culpado". Pausa. Os dois se entreolham. Seu Notário segura o filho pelos dois braços:</div><div><br /></div><div>— Antes de ti, Edila teve um namorado. Deve ter sido ele. Se fosse comigo, eu matava o cara que...</div><div><br /></div><div>Ergue-se, transfigurado, quase eufórico: "Tem razão, meu pai! O senhor sempre tem razão!".</div><div style="text-align: center;"><b><br /></b></div><div style="text-align: center;"><b><br /></b></div><div style="text-align: center;"><b>O Inocente.</b></div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: left;"><br /></div><div style="text-align: center;"><b><div style="text-align: left;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;">Pôde, assim; desviar da noiva o seu ódio De manhã, passou pela casa de Edila. Com apavorante serenidade, em voz baixa, pediu o nome do culpado. Diante dele, a garota torcia e destorcia as mãos: "Não digo! Tudo, menos isso!". Ele sugeria, desesperado: "Foi o Pimenta?". O Pimenta era o antigo namorado de Edila. Ela dizia: "Não sei, não sei!". Salviano saiu dali certo. Procurou o outro, que conhecia de nome e de vista. Antes que o Pimenta pudesse esboçar um gesto, matou-o, com três tiros, à queima-roupa. E fez mais. Vendo um homem, um semelhante, agonizar aos seus pés, com um olhar de espanto intolerável, ele virou a arma contra si mesmo e estourou os miolos. Mais tarde, desembaraçado o corpo, foi instalada a câmara-ardente na casa paterna. Alta madrugada, havia, na sala, três ou quatro pessoas, além da noiva e de seu Notário. Em dado momento, o velho bate no ombro de Edila e a chama para o corredor. E, lá, ele, sem uma palavra, aperta entre as mãos o rosto da pequena e a beija na boca, com loucura, gana. Quando se desprendem, seu Notário, respirando forte, baixa a voz:</span></div><div style="text-align: left;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;"><br /></span></div><div style="text-align: left;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;">— Foi melhor assim. Ninguém desconfia. Ótimo.</span></div><div style="text-align: left;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;"><br /></span></div><div style="text-align: left;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;">Voltaram para a sala e continuaram o velório.</span></div><div style="text-align: left;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;"><br /></span></div><div style="text-align: left;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;"><br /></span></div><div style="text-align: left;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;"><br /></span></div><div style="text-align: left;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal;"><i>(...) Fim.</i></span></div></b></div>Marília Lage.http://www.blogger.com/profile/08561824985164565327noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1965248532433619956.post-69025109842823315572010-04-14T17:34:00.004-03:002010-04-14T17:44:11.398-03:00Os Noivos - Nelson Rodrigues. [2]<div style="text-align: center;"><b>O Idílio.</b></div><div><br /></div><div>Foi um namoro tranqüilo, macio, sem impaciências, arrebatamentos. Sob a inspiração paterna, ele planificou o romance, de alto a baixo, sem descurar de nenhum detalhe. Antes de mais nada, houve o seguinte acordo:</div><div><br /></div><div>— Eu não toco em ti até o dia do casamento. </div><div><br /></div><div>Edila pergunta:</div><div><br /></div><div>— E nem me beija?</div><div><br /></div><div>Enfiou as duas mãos nos bolsos:</div><div><br /></div><div>— Nem te beijo. OK? </div><div><br /></div><div>Encarou-o, serena:</div><div><br /></div><div>— OK.</div><div><br /></div><div>Dir-se-ia que este assentimento o surpreendeu. Insinua:</div><div><br /></div><div>— Ou será que você vai sentir falta?</div><div><br /></div><div>— De quê?</div><div><br /></div><div>E Salviano, lambendo os beiços:</div><div><br /></div><div>— Digo falta de beijos e, enfim, de carinho.</div><div><br /></div><div>Sorriu, segura de si:</div><div><br /></div><div>— Não. Estou cem por cento com teu pai. Acho que teu pai está com a razão.</div><div><br /></div><div>Salviano não sabe o que dizer. Edila continua, com o seu jeito tranqüilo:</div><div><br /></div><div>— Sabe que essas coisas não me interessam muito? Eu acho que não sou como as outras. Sou diferente. Vejo minhas amigas dizerem que beijo é isso, aquilo e aquilo outro. Fico boba! E te digo mais: eu tenho, até, uma certa repugnância. Olha como eu estou arrepiada, olha, só de falar nesse assunto!</div><div><br /></div><div style="text-align: center;"><b>O Velho.</b></div><div><br /></div><div><div><br /></div><div>Desde menino, Salviano se habituara a prestar contas quase diárias ao pai, de suas idéias, sentimentos e atos. O velho, que se chamava Notário, ouvia e dava os conselhos que cada caso comportava. Durante todo o namoro com Edila, seu Notário esteve, sempre, a par das reações do filho e da futura nora. Salviano, ao terminar as confidências, queria saber: "Que tal, papai?". Seu Notário apanhava um cigarro, acendia-o e dava seu parecer, com uma clarividência que intimidava o rapaz:</div><div><br /></div><div>— Já vi que essa menina tem o temperamento de uma esposa cem por cento. A esposa deve ser, mal comparando, e sob certos aspectos, um paralelepípedo. Essas mulheres que dão muita importância à matéria não devem casar. A esposa, quanto mais fria, mais acomodada, melhor!</div><div><br /></div><div>Salviano retransmitia, tanto quanto possível, para a namorada, as reflexões paternas. Edila suspirava: "Teu pai é uma simpatia!". De vez em quando, o rapaz queria esquecer as lições que recebia em casa. Com uma salivação intensa, o olhar rutilante, tentava enlaçar a pequena. Edila, porém, era irredutível; imobilizava-o:</div><div><br /></div><div>— Quieto!</div><div><br /></div><div>Ele recuava:</div><div><br /></div><div>— Tens razão!</div><div><br /></div><div style="text-align: center;"><b>Catástrofe.</b></div><div><br /></div><div><div>Um dia, porém, o dr. Borborema, que era médico de Edila e família, vai procurar Salviano no emprego. Conversam no corredor. O velhinho foi sumário: "Sua noiva acaba de sair do meu consultório. Para encurtar conversa: ela vai ser mãe!". Salviano recua, sem entender:</div><div><br /></div><div>— Mãe?!...</div><div><br /></div><div>E o outro, balançando a cabeça: "Por que é que vocês não esperaram, carambolas? Custava esperar?". Salviano travou-lhe o braço, rilhava os dentes: "De quantos meses?". Resposta: "Três". Dr. Borborema já se despedia: "O negócio, agora, já sabe: é apressar o casamento. Casar antes que dê na vista". Petrificado, deixou o médico ir. No corredor do emprego, apertava a cabeça entre as mãos: "Não é possível! Não pode ser!". Meia hora depois, desembarcava e invadia, alucinado, a casa do pai. Arremessou-se nos braços de seu Notário, aos soluços.</div><div><br /></div><div>— Edila está nessas e nessas condições, meu pai! — E, num soluço mais,fundo, completa: — E não fui eu! Juro que não fui eu!</div><div><br /></div><div><br /></div><div><i>(...) Continua...</i></div></div></div>Marília Lage.http://www.blogger.com/profile/08561824985164565327noreply@blogger.com6