sexta-feira, 26 de junho de 2009
A morte de Michael Jackson.
Sem dúvida o assunto mais falado durante o término da semana. Incrível quando você para para (reforma ortográfica idiota!) assistir televisão, pega o controle remoto e vai trocando de canal a espera de encontrar um filme bacana, ou um desenho engraçado e é só ele que aparece, só nele que falam, só a música dele é tocada, como se o Michael Jackson ganhasse vida (afinal faz tempo que não o via aparecer tanto na televisão) mas é exatamente o contrário. Não tem como 'reclamar' disso, afinal era (ainda é) um dos melhores quando o assunto é música pop. Um novo estilo musical, um novo jeito de dançar. Ficará sempre na memória de todos, também em nossos corações.
quinta-feira, 25 de junho de 2009
Depois do jantar.
Por: Carlos Drummond de Andrade.
Também, que idéia a sua: andar a pé, margeando a Lagoa Rodrigo de Freitas, depois do jantar.
O vulto caminhava em sua direção, chegou bem perto, estacou à sua frente.
Decerto ia pedir-lhe um auxílio.
— Não tenho trocado. Mas tenho cigarros. Quer um?
— Não fumo, respondeu o outro.
Então ele queria é saber as horas. Levantou o antebraço esquerdo, consultou o relógio:
— 9 e 17... 9 e 20, talvez. Andaram mexendo nele lá em casa.
— Não estou querendo saber quantas horas são. Prefiro o relógio.
— Como?— Já disse. Vai passando o relógio.
— Mas ...
— Quer que eu mesmo tire? Pode machucar.
— Não. Eu tiro sozinho. Quer dizer... Estou meio sem jeito. Essa fivelinha enguiça quando menos se espera. Por favor, me ajude.
O outro ajudou, a pulseira não era mesmo fácil de desatar. Afinal, o relógio mudou de dono.
— Agora posso continuar?
— Continuar o quê?
— O passeio. Eu estava passeando, não viu?
— Vi, sim. Espera um pouco.
— Esperar o quê?
— Passa a carteira.
— Mas...
— Quer que eu também ajude a tirar? Você não faz nada sozinho, nessa idade?
— Não é isso. Eu pensava que o relógio fosse bastante. Não é um relógio qualquer, veja bem. Coisa fina. Ainda não acabei de pagar...
— E eu com isso? Então vou deixar o serviço pela metade?
— Bom, eu tiro a carteira. Mas vamos fazer um trato.
— Diga.
— Tou com dois mil cruzeiros. Lhe dou mil e fico com mil.
— Engraçadinho, hem? Desde quando o assaltante reparte com o assaltado o produto do assalto?
— Mas você não se identificou como assaltante. Como é que eu podia saber?
— É que eu não gosto de assustar. Sou contra isso de encostar o metal na testa do cara. Sou civilizado, manja?
— Por isso mesmo que é civilizado, você podia rachar comigo o dinheiro. Ele me faz falta, palavra de honra.
— Pera aí. Se você acha que é preciso mostrar revólver, eu mostro.
— Não precisa, não precisa.
— Essa de rachar o legume... Pensa um pouco, amizade. Você está querendo me assaltar, e diz isso com a maior cara-de-pau.
— Eu, assaltar?! Se o dinheiro é meu, então estou assaltando a mim mesmo.
— Calma. Não baralha mais as coisas. Sou eu o assaltante, não sou?
— Claro.
— Você, o assaltado. Certo?
— Confere.
— Então deixa de poesia e passa pra cá os dois mil. Se é que são só dois mil.
— Acha que eu minto? Olha aqui as quatro notas de quinhentos. Veja se tem mais dinheiro na carteira. Se achar uma nota de 10, de cinco cruzeiros, de um, tudo é seu. Quando eu confundi você com um, mendigo (desculpe, não reparei bem) e disse que não tinha trocado, é porque não tinha trocado mesmo.
— Tá bom, não se discute.
— Vamos, procure nos... nos escaninhos.
— Sei lá o que é isso. Também não gosto de mexer nos guardados dos outros. Você me passa a carteira, ela fica sendo minha, aí eu mexo nela à vontade.
— Deixe ao menos tirar os documentos?
— Deixo. Pode até ficar com a carteira. Eu não coleciono. Mas rachar com você, isso de jeito nenhum. É contra as regras.
— Nem uma de quinhentos? Uma só.
— Nada. O mais que eu posso fazer é dar dinheiro pro ônibus. Mas nem isso você precisa. Pela pinta se vê que mora perto.
— Nem eu ia aceitar dinheiro de você.
— Orgulhoso, hem? Fique sabendo que tenho ajudado muita gente neste mundo. Bom, tudo legal. Até outra vez. Mas antes, uma lembrancinha.
Sacou da arma e deu-lhe um tiro no pé.
Texto extraído do livro "Os dias lindos", Livraria José Olympio Editora — Rio de Janeiro, 1977, pág. 54.
Também, que idéia a sua: andar a pé, margeando a Lagoa Rodrigo de Freitas, depois do jantar.
O vulto caminhava em sua direção, chegou bem perto, estacou à sua frente.
Decerto ia pedir-lhe um auxílio.
— Não tenho trocado. Mas tenho cigarros. Quer um?
— Não fumo, respondeu o outro.
Então ele queria é saber as horas. Levantou o antebraço esquerdo, consultou o relógio:
— 9 e 17... 9 e 20, talvez. Andaram mexendo nele lá em casa.
— Não estou querendo saber quantas horas são. Prefiro o relógio.
— Como?— Já disse. Vai passando o relógio.
— Mas ...
— Quer que eu mesmo tire? Pode machucar.
— Não. Eu tiro sozinho. Quer dizer... Estou meio sem jeito. Essa fivelinha enguiça quando menos se espera. Por favor, me ajude.
O outro ajudou, a pulseira não era mesmo fácil de desatar. Afinal, o relógio mudou de dono.
— Agora posso continuar?
— Continuar o quê?
— O passeio. Eu estava passeando, não viu?
— Vi, sim. Espera um pouco.
— Esperar o quê?
— Passa a carteira.
— Mas...
— Quer que eu também ajude a tirar? Você não faz nada sozinho, nessa idade?
— Não é isso. Eu pensava que o relógio fosse bastante. Não é um relógio qualquer, veja bem. Coisa fina. Ainda não acabei de pagar...
— E eu com isso? Então vou deixar o serviço pela metade?
— Bom, eu tiro a carteira. Mas vamos fazer um trato.
— Diga.
— Tou com dois mil cruzeiros. Lhe dou mil e fico com mil.
— Engraçadinho, hem? Desde quando o assaltante reparte com o assaltado o produto do assalto?
— Mas você não se identificou como assaltante. Como é que eu podia saber?
— É que eu não gosto de assustar. Sou contra isso de encostar o metal na testa do cara. Sou civilizado, manja?
— Por isso mesmo que é civilizado, você podia rachar comigo o dinheiro. Ele me faz falta, palavra de honra.
— Pera aí. Se você acha que é preciso mostrar revólver, eu mostro.
— Não precisa, não precisa.
— Essa de rachar o legume... Pensa um pouco, amizade. Você está querendo me assaltar, e diz isso com a maior cara-de-pau.
— Eu, assaltar?! Se o dinheiro é meu, então estou assaltando a mim mesmo.
— Calma. Não baralha mais as coisas. Sou eu o assaltante, não sou?
— Claro.
— Você, o assaltado. Certo?
— Confere.
— Então deixa de poesia e passa pra cá os dois mil. Se é que são só dois mil.
— Acha que eu minto? Olha aqui as quatro notas de quinhentos. Veja se tem mais dinheiro na carteira. Se achar uma nota de 10, de cinco cruzeiros, de um, tudo é seu. Quando eu confundi você com um, mendigo (desculpe, não reparei bem) e disse que não tinha trocado, é porque não tinha trocado mesmo.
— Tá bom, não se discute.
— Vamos, procure nos... nos escaninhos.
— Sei lá o que é isso. Também não gosto de mexer nos guardados dos outros. Você me passa a carteira, ela fica sendo minha, aí eu mexo nela à vontade.
— Deixe ao menos tirar os documentos?
— Deixo. Pode até ficar com a carteira. Eu não coleciono. Mas rachar com você, isso de jeito nenhum. É contra as regras.
— Nem uma de quinhentos? Uma só.
— Nada. O mais que eu posso fazer é dar dinheiro pro ônibus. Mas nem isso você precisa. Pela pinta se vê que mora perto.
— Nem eu ia aceitar dinheiro de você.
— Orgulhoso, hem? Fique sabendo que tenho ajudado muita gente neste mundo. Bom, tudo legal. Até outra vez. Mas antes, uma lembrancinha.
Sacou da arma e deu-lhe um tiro no pé.
Texto extraído do livro "Os dias lindos", Livraria José Olympio Editora — Rio de Janeiro, 1977, pág. 54.
segunda-feira, 22 de junho de 2009
Da Saudade.
A natureza da saudade é ambígua: associa sentimentos de solidão e tristeza – mas, iluminada pela memória, ganha contorno e expressão de felicidade. Quando Garrett a definiu como “delicioso pungir de acerbo espinho”, estava realizando a fusão desses dois aspectos opostos na fórmula feliz de um verso romântico.
Em geral, vê-se na saudade o sentimento de separação e distância daquilo que se ama e não se tem. Mas todos os instantes da nossa vida não vão sendo perda, separação e distância? O nosso presente, logo que alcança o futuro, já o transforma em passado. A vida é constante perder. A vida é, pois, uma constante saudade.
Há uma saudade queixosa: a que desejaria reter, fixar, possuir. Há uma saudade sábia, que deixa as coisas passarem, como se não passassem. Livrando-as do tempo, salvando a sua essência da eternidade. É a única maneira, aliás, de lhes dar permanência: imortalizá-las em amor. O verdadeiro amor é, paradoxalmente, uma saudade constante, sem egoísmo nenhum.
Por: Cecília Meireles.
Saudades. ♥
Em geral, vê-se na saudade o sentimento de separação e distância daquilo que se ama e não se tem. Mas todos os instantes da nossa vida não vão sendo perda, separação e distância? O nosso presente, logo que alcança o futuro, já o transforma em passado. A vida é constante perder. A vida é, pois, uma constante saudade.
Há uma saudade queixosa: a que desejaria reter, fixar, possuir. Há uma saudade sábia, que deixa as coisas passarem, como se não passassem. Livrando-as do tempo, salvando a sua essência da eternidade. É a única maneira, aliás, de lhes dar permanência: imortalizá-las em amor. O verdadeiro amor é, paradoxalmente, uma saudade constante, sem egoísmo nenhum.
Por: Cecília Meireles.
Saudades. ♥
Um dia como outro: qualquer.
Livraria, livros, mesa, café, tic tac, tic tac.
Foram horas dentro daquela loja, lendo livros, escutando Beatles, tomando cappuccino e olhando as horas passarem. Consegui esquecer de todos os problemas, de todos os afazeres, de todos os compromissos.
Pena que foram apenas algumas horas.
(...) ...
Foram horas dentro daquela loja, lendo livros, escutando Beatles, tomando cappuccino e olhando as horas passarem. Consegui esquecer de todos os problemas, de todos os afazeres, de todos os compromissos.
Pena que foram apenas algumas horas.
(...) ...
quinta-feira, 18 de junho de 2009
18/06/42
Nasce mais uma estrela.
Feliz aniversário, James Paul McCartney.
'' I'm glad it's your birthday, happy birthday to you. '' ♫
Feliz aniversário, James Paul McCartney.
'' I'm glad it's your birthday, happy birthday to you. '' ♫
terça-feira, 16 de junho de 2009
A carta que não foi mandada.
'' Paris, outono de 73
Estou no nosso bar mais uma vez
E escrevo pra dizer
Que é a mesma taça e a mesma luz
Brilhando no champanhe em vários tons azuis
No espelho em frente eu sou mais um freguês
Um homem que já foi feliz, talvez
E vejo que em seu rosto correm lágrimas de dor
Saudades, certamente, de algum grande amor.
Mas ao vê-lo assim tão triste e só
Sou eu que estou chorando
Lágrimas iguais
E, a vida é assim, o tempo passa
E fica relembrando
Canções do amor demais
Sim, será mais um, mais um qualquer
Que vem de vez em quando
E olha para trás
É, existe sempre uma mulher
Pra se ficar pensando
Nem sei... nem lembro mais. ''
Daquele eterno apaixonado, do qual teve um princípio e não há de ter fim; Marcus Vinicius da Cruz de Melo Moraes.
Estou no nosso bar mais uma vez
E escrevo pra dizer
Que é a mesma taça e a mesma luz
Brilhando no champanhe em vários tons azuis
No espelho em frente eu sou mais um freguês
Um homem que já foi feliz, talvez
E vejo que em seu rosto correm lágrimas de dor
Saudades, certamente, de algum grande amor.
Mas ao vê-lo assim tão triste e só
Sou eu que estou chorando
Lágrimas iguais
E, a vida é assim, o tempo passa
E fica relembrando
Canções do amor demais
Sim, será mais um, mais um qualquer
Que vem de vez em quando
E olha para trás
É, existe sempre uma mulher
Pra se ficar pensando
Nem sei... nem lembro mais. ''
Daquele eterno apaixonado, do qual teve um princípio e não há de ter fim; Marcus Vinicius da Cruz de Melo Moraes.
sábado, 13 de junho de 2009
(...)
'' Você sempre surpreende
E eu tento entender.
Você nunca se arrepende
Você gosta e sente até prazer.
Mas se você me perguntar
Eu digo sim.
Eu continuo
Porque a chuva não cai
Só sobre mim.
E eu tento entender.
Você nunca se arrepende
Você gosta e sente até prazer.
Mas se você me perguntar
Eu digo sim.
Eu continuo
Porque a chuva não cai
Só sobre mim.
(...)
Onde quer que eu vá
O que quer que eu faça
Sem você, não tem graça. ''

Foto: Show do Capital Inicial. / Belo Horizonte - 11/06.
Por: Marília Lage.
sexta-feira, 12 de junho de 2009
11/06/09
Sim, agora tenho 16 anos. Olha só... parece que foi ontem mesmo que estava eu comemorando meus 9 anos. (Eu lembro mesmo de cada aniversário que eu passei.) O dia foi meio corrido. Acordei cedo e logo meu pai estava tocando o interfone para írmos pro Retiro. Todos já estavam lá, só faltava a aniversariante. Antes de pegar estrada, fomos ao Verdemar comprar algumas latinhas de cerveja, materiais de limpeza e comer alguma coisa, afinal tinhamos saído de casa sem comer nada e eu realmente estava com fome. Lá para às 13:00 chegamos no sítio. Recebi tantos abraços, presentes... O churrasco foi ótimo, o bolo então... nem se fala. Saímos de lá às 17:50 e chegamos aqui às 18:30. Passei na casa da Thaís e depois viemos para a minha casa. Chegamos aqui, arrumamos algumas coisas e depois escutei de longe meu celular tocando. A ligação era de Brasília. Era ele! No meu quarto o barulho era tão grande que não daria para conversar direito com ele, precisava ir para outro lugar. Como a bateria do meu celular está viciada e o aparelho só funciona ligado ao carregador, peguei ambos e saí correndo até a área de lazer do prédio. Enfim... atendi o telefonema. Foi maravilhoso. Era tudo que eu precisava naquele momento, naquele dia. Escutar a voz dele. Até que conversamos bastante e depois que a ligação dele tinha caído, voltei para o apartamento e retornei a ligação do meu telefone fixo. Não encontro as palavras certas para dizer o que realmente senti naquele momento. Como eu mesmo disse para ele: '' Só quem sente pode entender, só nós dois podemos entender. ''
Enfim... prometi à ele que ligaria de novo hoje, mas estou sem voz devido ao show.
Ah, então... o show. Depois que conversei com ele, fui correndo me arrumar pois às 22:00 tinha o show do Capital Inicial para eu ir. Saímos daqui às 21:40. Chegando lá, a fila quase dobrava o quarteirão. Confesso que até fiquei com medo de não conseguir um lugar bom no camarote, mas com muito esforço, (do qual não contarei aqui) eu e a Thaís conseguimos ficar pertinho do palco. Tiramos muitas, muitas fotos. Gritamos, cantamos, pulamos... até perder a voz. Valeu muito a pena! E como o Dinho mesmo disse: Em setembro têm mais, e eu e a Thaís... juntas de novo.
Dezesseis anos. Dezesseis anos de vida.
Bom, parabéns para mim.
P.s.: Ganhei de presente bastante dinheiro e já comecei a gastar com os Beatles. Ah, vício eterno.
Enfim... prometi à ele que ligaria de novo hoje, mas estou sem voz devido ao show.
Ah, então... o show. Depois que conversei com ele, fui correndo me arrumar pois às 22:00 tinha o show do Capital Inicial para eu ir. Saímos daqui às 21:40. Chegando lá, a fila quase dobrava o quarteirão. Confesso que até fiquei com medo de não conseguir um lugar bom no camarote, mas com muito esforço, (do qual não contarei aqui) eu e a Thaís conseguimos ficar pertinho do palco. Tiramos muitas, muitas fotos. Gritamos, cantamos, pulamos... até perder a voz. Valeu muito a pena! E como o Dinho mesmo disse: Em setembro têm mais, e eu e a Thaís... juntas de novo.
Dezesseis anos. Dezesseis anos de vida.
Bom, parabéns para mim.
P.s.: Ganhei de presente bastante dinheiro e já comecei a gastar com os Beatles. Ah, vício eterno.
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