quarta-feira, 8 de julho de 2009

Vinho.

Por: Cecília Meireles.

A taça foi brilhante e rara,
mas o vinho de que bebi
com os meus olhos postos em ti,
era de total amargura.

Desde essa hora antiga e preclara,
insensìvelmente desci,
e em meu pensamento senti
o desgosto de ser criatura.

Eu sou de essência etérea e clara:
no entanto, desde que te ví,
como que desapareci...
Rondo triste, à minha procura.

A taça foi brilhante e rara:
mas, com certeza enlouqueci.
E desse vinho que bebi
se originou minha loucura.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Motivo. *

Por: Cecília Meireles.

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem triste:
sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.
Se desmorono ou edifico,
se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
Sei que canto.
E a canção é tudo.
Tem sangue eterno e asa ritmada.
E sei que um dia estarei mudo:
- mais nada.

*É o preferido.

domingo, 5 de julho de 2009

Título:

Sabe quando você está sem ânimo para nada? Nem mesmo para ir pegar um copo d'água quando você está com sede? Pois então, assim estou.

Dor de cabeça, uma pilha de preocupações (ocupações também), sono, desejos intermináveis, impossibilidades intermináveis e burradas intermináveis.

É difícil.
Sempre muito difícil.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Nada mais, nada menos que...

...mais outra noite sem luar.