sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Passado.

"- Leia-me como um livro. - então foi o que fiz. Como uma leitora insaciável, o li da maneira mais completa e profunda, não deixava escapar cada detalhe, cada ato, cada indício. Fui uma leitora precoce, precoce em minhas fantasias e meus desejos, por mais inocentes que fossem, mas o êxtase ao lê-lo era maior que qualquer receio. Que interesse era esse, a ponto de ignorar todas as perdas que tal leitura poderia me resultar? Era mais plausível e mais fácil me convencer de que todo e qualquer livro - dele - me traria sim uma perda, a minha perda, me perder para, enfim, me encontrar; no caso, em suas páginas, por elas."

quinta-feira, 25 de julho de 2013

I Never Came.


Words ain't free, like you and me, I don't mind.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Don't understand the evil eye, or how one becomes two.



low light, low music, cold, moon, wine or beer, laughing, dreaming: wit chu.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Cadê Você?

Me dê noticia de você. Eu gosto um pouco de chorar, a gente quase não se vê, me deu vontade de lembrar. Me leve um pouco com você. Eu gosto de qualquer lugar, a gente pode se entender e não saber o que falar. Seria um acontecimento, mas lógico que você some. No dia em que o seu pensamento me chamou, eu chamo o seu apartamento. Não mora ninguém com esse nome. Que linda a cantiga do vento, já passou. A gente quase não se vê, eu só queria me lembrar. Me dê noticia de você, me deu vontade de voltar.

Chico Buarque.

domingo, 9 de setembro de 2012

Sem título.

o dia começou frio,
muitos papéis acumulados pelo trabalho.
a água en bouillant no samovar,
a porta em frente à varanda entreaberta
e o som do bandolim lá fora
pronto a vir visitar as entranhas das arestas das janelas,
portas.
ela sorriu e
o dia começou certo.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Invité par surprise.

Vraiment, ce n'était pas prévu. On avait encore du travail à faire pour le lendemain. On était juste passé pour un renseignement, et puis voilà:

- Tu dînes avec nous? Mais alors simplement, à la fortune du pot!

Les quelques secondes où l'on sent que la proposition va venir sont délicieuses. C'est l'idée de prolonger un bon moment, bien sûr, mais celle aussi de bousculer le temps; la journée avait déjà été si prévisible; la soirée s'annonçait si sûre et programmée. Et puis voilà, en deux secondes, c'est un grand coup de jeune: on peut changer le cours des choses au débotté. Bien sûr on va se laisser faire.
Dans ces cas-là, rien de gourmé: on ne va pas vous cantonner dans un fauteuil côté salon pour apéritif en règle. Non, la conversation va se mitonner dans la cuisine - tiens, si tu veux m'aider à éplucher les pommes de terre! Un épluche-légumes à la main, on se dit des choses plus profondes et naturelles. On croque un radis en passant. Invité par surprise, on est presque de la famille, presque de la maison. Les déplacements ne sont plus limités. On accède aux recoins, aux placards. Tu la mets où, ta moutarde? il y a des parfums d'échalote et de persil qui semblent venir d'autrefois, d'une convivialité lointaine - peut-être celle des soirs où l'on faisait des devoirs sur la table de la cuisine?
Les paroles s'espacent. Plus besoin de tous ces mots qui coulent sans arrêt. Le meilleur, à présent, ce sont ces plages douces, entre les mots. Aucune gêne. On feuillette un bouquin au hasard de la bibliothèque. Une voix dit "Je crois que tout est prêt" et on refusera l'apéritif - bien vrai. Avant de dîner, on s'assoira pour bavarder autour de la table mise, les pieds sur le barreau un peu haut de la chaise paillée. Invité par surprise on se sent bien, tout libre, tout léger. Le chat noir de la maison lové sur les genoux, on se sent adopté. La vie ne bouge plus - elle s'est laissé inviter par surprise.



Philippe Delerm. - La Première Gorgée de Bière et autres plaisirs minuscules.


                                                            ***


Para tirar o atraso de mais de um ano sem escrever aqui, venho junto à uma certa ousadia de postar um texto em Francês, do escritor Philippe Delerm, cujo admiro bastante. Para aqueles que não dominam a língua francesa, em breve irei fazer a tradução (outra ousadia, rs) e postarei. É realmente uma bela prosa, muito bem escrita. Delerm é um escritor francês, nascido nos anos 50, na Auvers-sur-Oise (Val-d'Oise), norte da França.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Primeira Turnê. - Parte 2.

Personagens: George Harrison, Paul McCartney, Richard Starkey Jr. (Ringo), John Lennon e Brian Epstein, Cynthia Powell.
Local: NY/Manhattan.
Data: 7/8 de fevereiro de 1964.
Tema: Turnê da ''recente'' banda, The Beatles, pelos EUA.
Classificação: Livre.


Depois que George desligou o telefone, comunicou aos outros que Brian iria chegar as 21:30. Eles resolveram já se arrumar e esperar o empresário fazendo algo de útil (ou não).

Paul foi direto para o banho, George pegou seus instrumentos de barbear e foi se aprontar. Ringo foi escolher a roupa que usaria naquela noite. O beatle menor estava super empolgado. Por fim, todos se arrumaram.

- Estamos prontos, e agora, o que vamos fazer? - dizia Paul, olhando-o pelo espelho da sala.
- Estão escutando alguns gritos? Acho que vêm da varanda! - diz Ringo, sentado em uma cadeira, arqueando uma de suas sobrancelhas com o olhar fixo na janela.
George, muito curioso, abriu as cortinas, a janela e foi olhar. Lá embaixo, na frente da portaria do hotel, havia quatro garotas. Estas gritavam mais alto ao ver o beatle George aparecer na varanda do quinto andar.
- George! George! Não acredito, meu Deus! - gritava uma das garotas, sacudindo seus braços e suas mãos, deixando cair algumas lágrimas em seu rosto.
- Yes, it's meeeeeeee! - respondia George, dizendo num tom alto, acenando para as garotas com a mão direita, mantendo um enorme sorriso no rosto.
Curiosos, os outros dois foram até a varanda. Ao ver as poucas garotas (certamente bem apanhadas) lá embaixo, Paul e Ringo não deixaram os comentários de lado.
- Somos três garotos de sorte, não?! - dizia Paul acenando para elas, arqueando suas sobrancelhas e sorrindo com certo sarcasmo.
- Vocês dois eu não sei, mas já eu e o meu charme inconfundível... - respondia Ringo, apoiando seus braços na varanda, em seguida arrumando seus cabelos sem tirar os olhos das quatro garotas, ainda estéricas.
- Inconfundível mesmo, Ringo! Realmente não dá para negar. - ao terminar de dizer, George apertara o nariz do menor com certa força e logo saía correndo do local com medo da reação do mesmo. Rindo, sentou-se em um dos sofás, pegou um cigarro que encontrava no seu bolso e acendeu, tragando-o.

Paul, dentre os quatro beatles era o que mais gostava e aproveitava da beatlemanía. Ringo, o mais palhaço, sempre. George mantinha sua timidez em primeiro lugar, era o beatle mais calmo e perto de estranhos, o mais quieto. John, como era o mais velho, era dito como o mais responsável, mais sarcástico e rude em determinados momentos com o público.

Brian chegou no hotel mais cedo, as 20:45, junto com John e Cynthia. Como os três já estavam prontos, decidiram sair e aproveitar o tempo que restava.
Saíram do hotel, desceram e entraram no carro. Foram em direção a Manhattan. A noite estava perfeita. O céu estrelado, lua cheia, o clima frio (+/- 15 graus C). Na rua, um movimento parcialmente grande. Chegando em Manhattan, bairro nobre de Nova York, foram em direção ao Peppermint Lounge. Os Beatles já se identificaram com o local. O mesmo era bastante agradável, assim como todas as casas noturnas de Manhattan. O Jazz, o Blues e o Twist se expandiam e animavam as pessoas. Brian escolheu uma das mesas para seis pessoas e alí eles ficaram.

- Vão tomar alguma coisa? - perguntava o garçom, distribuindo o cardápio para os seis.
- Dose de whisky para todos, por favor. - respondeu Brain sem que os outros pudessem retrucar.
- Ótimo! Adorei este lugar! - dizia Ringo, olhando ao redor, batucando seus dedos sobre a mesa ao som da música.
- Mas claro... É Chubby Checker, oras. - sorria George se acomodando mais na cadeira, fitando os instrumentos sobre o palco.

Chubby Checker estava tocando no local. Algumas (muitas) garotas estavão dançando no palco junto aos instrumentistas. Ao ver Ringo se segurando para ir dançar, uma delas desceu e foi até a mesa, convidando o menor para se ''requebrar'' à companhia delas.

- Duvido que irá ficar aí, apenas batucando os dedos sobre a mesa, vendo todos nós se divertir alí no palco. Vamos logo dançar, hm? - dizia a garota, olhando fixamente para o Ringo, já pegando na mão dele e puxando seu braço de leve.
- Não sou bobo de recusar! - sorria Ringo para a menor, entrelaçando seus dedos aos dela, seguindo-a.

Naquele momento estava tocando ''Let's Twist Again'', um dos maiores sucessos de Chubby Checker no ano de 1961.
Ringo, já no palco dançando, empolgava cada vez mais com o som da música. As garotas já tinham coreografia pronta. Se rodeavam em torno do beatle menor com o intuito de ensiná-lo. Requebravam, rebolaram, deslizavam os pés sobre o chão com a maior leveza. O sorriso no rosto de cada uma daquelas pessoas dava para perceber nitidamente o quão estavam se divertindo.

John ficava apenas com Cynthia, dava uma grande atenção à esposa, já que no dia seguinte tinham presença marcada no programa do Ed. Sullivan e a sua lua de mel acabava por alí. Brian acabou encontrando com um grande amigo e ficou a conversar com ele. George e Paul se juntaram com outras garotas e ficaram alí conversando com elas.

Assim foi, a noite inteira. Era a primeira grande turnê dos Beatles, primeira vez dos quatro rapazes juntos nos Estados Unidos. Foi uma noite e tanta, e eles não sabiam que ficaria gravada pela grande história deles. Não só aquela noite, mas sim todas aquelas que, a partir, passariam juntos.


To be continued... [2]

Primeira Turnê. - Parte 1.

Personagens: George Harrison, Paul McCartney, Richard Starkey Jr. (Ringo), John Lennon e Brian Epstein.
Local: Hotel em NY.
Data: 7 de fevereiro de 1964.
Tema: Turnê da ''recente'' banda, The Beatles, pelos EUA.
Classificação: Livre.


Era um dia ensolarado em Nova York, fevereiro de 1962, quando os Beatles dividiam o quarto num hotel durante a primeira turnê nos EUA. George foi o primeiro a acordar. Ao ver os companheiros dormindo, se levantou, tomou um banho gelado e, ao terminar, pegou o violão ao lado da cama onde estava Ringo e começou a tocá-lo de maneira rápida, de modo que acordasse os outros. Ao ver a expressão de John Lennon ao ser acordado pelos seus solos propositáis, George não resiste e solta uma gargalhada alta.

- Ora, acordem! Já são 09:45. Como hoje não tem nenhum show marcado, temos todo o dia livre para aproveitar a cidade, as praias, as garotas... - diz George, sentado em uma poltrona, deixando o violão em seu colo.
- A cama também!!! - se irrita Ringo, logo escondendo seu rosto no travesseiro.
- Ok, ok, George. Você tem razão. Temos que aproveitar o café da manhã também, estou com fome! - diz Paul, logo se levantando e indo em direção ao banheiro.
- Droga! Tenho que encontrar com Cynthia no aeroporto, mas a preguiça está maior. - ao terminar de reclamar, Lennon se levanta e senta na cama, abrindo a cortina e admirando a vista que os quatro garotos tinham da cidade.
- Tsc, tsc. Mal se casou e já tem preguiça da esposa! - responde George, ainda sentado na poltrona, afinando a Rickenbacker.
- Longe de mim! A preguiça não é da Cynthia e sim de me locomover até aquele fim de mundo! - John se levantou da cama e pegou o telefone na mesa ao lado, fazendo o pedido do café da manhã.
- Também sinto fome, Paul! - grita Ringo, se levantando rápido. O mesmo pegava o cobertor na cama, se enrolava e saía correndo em direção ao banheiro.
- Estranho... - sorria George ao ver as ações do beatle menor, aquele o impressionava cada vez mais, e o fazia rir também.

Os três foram se arrumar. Ao terminar de tomar o café, Lennon foi de encontro a sua esposa. Paul, George e Ringo resolveram passar o dia no hotel, aproveitar o lazer que ofereciam-lhes, para mais tarde ir com Brian à uma casa noturna chamava Peppermint Lounge, em Manhattan. Depois do café da manhã, os três colocaram os trages de banho e desceram para a piscina do hotel. Como já era de se esperar, os hóspedes reconheceram-os e aproximaram pedindo autógrafos e poses para fotos. Como o hotel era de classe alta, não houve nenhum tumulto, apenas algumas pessoas indo em direção dos mesmos para autógrafos, o que os deixou bem calmos. A única expressão que o pequeno Ringo pôde colocar em seu rosto foi um grande sorriso ao ver que estava em plena mordomia, sem compromissos, talvez, sem cobranças e sem hora para acabar. Deitou-se em uma poltrona em frente à piscina, tirou o maço de Marlboro Red junto ao isqueiro do bolso da sua camisa e colocou um dos cigarros em sua boca, acendendo-o. Naquela tarde, o clima estava consideravelmente perfeito. O sol raiava com intensidade, a água da piscina e da cachoeira estava cristalina, as pessoas alegres, as crianças brincando. Na sala de jogos, o jazz predominava o local. Havia poucos rapazes jogando sinuca com copo de whisky na mão. Paul e George queriam aproveitar o dia inteiro na piscina e na cachoeira. Percebia-se nitidamente que os três se divertiam bastante, sem sentir falta do John, que passava o dia com sua recém-esposa Cynthia.

As 18:00, término da tarde, os garotos de liverpool resolveram subir para o apartamento depois de terem passado todo o dia inteiro na área de lazer. Ao subir, George abriu a porta e logo escutou o telefone tocar, era Brian.

- Alô?! - diz o beatle mais novo, colocando as chaves e as toalhas sobre a mesa, com o telefone já na mão.
- George! Aqui é Brian. Tentei ligar para vocês a tarde inteira, onde estavam? - responde o empresário deitado na cama de um hotel no mesmo bairro em Nova York.
- Estávamos lá embaixo. Aconteceu alguma coisa?
- Não aconteceu nada, quero apenas te lembrar que daqui a algumas poucas horas estou indo pr'a aí, vamos ao Peppermint mais tarde.
- Oh, é mesmo! Não me esqueci. Estaremos te esperando as 22:00 em ponto.
- 21:30, por favor.
- Ok! Como quiser! Até mais, Brian!
- Até, George!


To be continued...


Obs.: Todos os textos desta fanfic é de minha autoria. Baseados em fatos reais.

A volta da fan fiction.

Há muitas coisas que começo a fazer aqui no blog e não termino. Uma delas é a Fanfic dos Beatles que parei de escrever à dois anos devido à falta de tempo. Retomarei a escrevê-la, postar novamente os dois primeiros capítulos escritos e, ao longo do tempo, escrever mais e mais.

Deliciem-se, Beatlemaníacos.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Refúgio.

Era outono de 73. Molly saia de seu prédio e, ao colocar o rosto pra fora do portão, o vento batia com força em seu rosto, emaranhando por entre seus cabelos. Suas mãos vestidas com um par de luvas, automaticamente se entregaram aos bolsos do sobretudo bêge que vestia. Eram 6:45 da manhã, Paris acordava com os comerciantes abrindo suas lojas numa manhã de sábado tranquila, os pássaros a cantar, as folhas das árvores a cair, enfeitando assim ruas e alamedas onde poucos carros passavam, quase nenhum ônibus. Molly saiu do prédio e foi até a garagem onde encontrava sua bicicleta. Andar pela cidade sem a mesma, para Molly, era preferível ficar em casa fazendo o que der em sua cabeça. Saiu da garagem com seu meio de transporte preferido e logo montou na bicicleta, colocando em seu cesto frontal as chaves de casa e uma pequena bolsa, mais parecida com uma carteira. Colocou seus fones de ouvido e saiu pedalando ao lado do passeio das ruas ao som dos seus tão amados Beatles. O objetivo de ter acordado tão cedo era simplesmente a fim de aproveitar tal manhã tão bonita, o sol esbranquiçado, o céu bem azul, porém o vento forte, temperatura baixa, folhas e mais folhas são vento. Molly adorava o frio, seja outono ou inverno, acompanhado com aquele solzinho ou aquela chuvinha, melhor ainda! Pedalou até encontrar um café de esquina, o tão famoso Café de Boulangerie tinha aberto a poucos minutos e possuia algumas pessoas. Molly se sentou, pediu um croque monsieur com um café expresso e pegou o jornal do dia, Le Monde, que ficava sobre a mesa para a próxima pessoa que se sentar ali ficar a parte das notícias mais importantes do dia em todo o mundo. Molly leu, se deliciou com seu café da manhã, comprou uma maçã verde e saiu. Pegou sua bicicleta e foi em direção à Torre Eiffel. Ao chegar naquela enorme praça, estacionou sua bicicleta no lugar devido, pegou suas coisas e sentou em um dos bancos, fechando seus olhos e sentindo aquela brisa tocar sua pele. A manhã continuava ainda mais linda de quando saiu de casa. Olhando ao redor, deu-lhe de cara com garoto que chamou sua atenção, o qual estava sentado em um daqueles bancos. Pelo motivo de ter chamado sua atenção ela não sabia ao certo, aparentava ser um garoto como qualquer outro, estava com dois livros em mãos, um aberto ao meio, lendo compenetrado. Estava agasalhado, vestindo uma boina e um par de luvas, o olhar parecia estar longe, porém ao mesmo tempo bem perto, cujo o mesmo não sabia explicar. Desmond era um cara que adorava literatura, música e arte. Morava ali perto e sempre que podia rodiava a cidade com sua leitura, adorava mesclar o cenário para suas imaginações, suas conclusões e análises literárias, porém algo naquela paisagem que ele escolhera lhe encomodava de um jeito bom e não o fazia se afastar. Algo que ele reconheceria em poucos segundos, ou até mesmo em poucos versos.

[...]
continua.